Governo quer legislar para obrigar as amas a trabalhar a falsos recibos verdes
O Governo
está a preparar um Decreto-Lei para regular o trabalho das profissionais do
regime de amas, tentando impor a obrigatoriedade da prestação de serviços (ver
projecto da proposta em anexo). Depois de cuidarem de crianças há décadas a
falsos recibos verdes e sem direitos, as amas e a sua organização
representativa são mais uma vez desprezadas. Nesta proposta, o Ministério de
Pedro Mota Soares tenta agravar as condições de trabalho e dificultar o acesso
à profissão. Além dos falsos recibos verdes obrigatórios, a proposta do
Ministério inclui a possibilidade de uma jornada de trabalho de 12 horas para
profissionais cuja missão é cuidar de crianças!
Apesar das promessas do Ministério da Solidariedade
e Segurança Social, este Ministério não ouviu a Associação de Profissionais do
Regime de Amas (APRA), nem fez qualquer esforço por envolver as amas nesta
alteração ao seu regime profissional. Com este Comunicado pretendemos também clarificar
e esclarecer que a APRA não tem nenhuma responsabilidade na elaboração do
Projecto de Decreto-Lei. Ainda assim, a
APRA pronunciou-se dando um parecer totalmente negativo a esta proposta (ver
documento em anexo).
A APRA lamenta profundamente que as amas sejam a
única categoria profissional onde o legislador exige que a prestação do
trabalho seja em regime de prestação de serviço. A APRA rejeita frontalmente
todas as disposições legais do projecto que assentam na premissa de as amas
exercerem o seu trabalho mediante contratualização da prestação de serviços.
Exigimos, como sempre, os direitos básicos e a dignidade do nosso trabalho, desde
logo o direito a contratos de trabalho.
A única justificação que a APRA encontra para a
maioria das normas do Projecto com as
quais não concorda prende-se com a perpetuação de uma imensa ilegalidade
cometida pelo próprio Estado, ao violar frontal e reiteramente as condições de
trabalho e as garantias das amas enquanto verdadeiras trabalhadoras por conta de outrem.
As amas que trabalham actualmente para o Instituto
da Segurança Social ficaram fora do presente projecto, o que é inaceitável. Foram
abandonadas, desacreditadas e completamente desconsideradas, não respeitaram estas
profissionais nem a experiência que a grande maioria acumulou ao longo de muitos
anos de trabalho com crianças, pelo que o presente projecto deverá clarificar e
concretizar a recondução das amas, actualmente ao serviço do Instituto da
Segurança Social, no novo Regime Jurídico que vier a ser aplicado à sua
actividade.
A APRA considera esta proposta muito grave e uma
verdadeira afronta,. Estão em causa os direitos das profissionais e das
crianças. A APRA considera que o Ministério pretende passar as amas para um
regime de precariedade absoluta e desvincular progressivamente as profissionais
que trabalham directamente para a Segurança Social, o que irá prejudicar o
apoio que é prestado a crianças de famílias com baixos rendimentos.
A APRA irá lutar pelas suas propostas para regular
a profissão das amas e não deixará de lutar contra esta proposta do Governo.
Nesse sentido, foram já pedidas reuniões com urgência a todos os grupos
parlamentares.
não sei quais vão ser as alterações que vão acontecer com as amas da segurança social porque a pouca informação ou nenhuma agora é ao que parece a segurança social é que vai a começar a informar as amas mas o que vai mudar? alguém sabe?
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