Tiram-me tudo á força e ainda me chamam de Contribuinte

Vivemos tempos perigosos,
Em 1974, foi preciso muito mais coragem, muito mais determinação, muito mais rigor e dedicação, para tomar de assalto um país que parecia aparentemente conformado a uma ditadura ultrapassada e cruel que nos levou para a retaguarda e fez de nós hoje um apêndice da Europa.

Cada vez mais me parece nos estarmos a aproximar de um novo "fascismo" onde também hoje o povo não é perdido nem achado. A politica em Portugal é descredibilizada ( pelo menos pelo Zé Povinho ), onde a definição de partidos de esquerda ou direita refere-se somente á mão usada para roubar.
Longe de tentar dar uma lição de história apenas me pergunto com que coragem responderei ao meu filho num futuro próximo, quando ele me perguntar como conseguimos nós perder a " LIBERDADE " que a tanto custou aos nossos antepassados.

" O povo saiu á rua num dia assim "

Quando o actual primeiro-ministro, na altura candidato, fazia uma conferência de imprensa em tom dramático onde anunciava que o seu partido iria chumbar o PEC 4 do governo socialista, que resultaria na consequente queda do governo,, afirmava com um ar muito cheio de si – "O país não pode ficar a pão e água!". Hoje volvidos este tempo chego á conclusão que nós ( povo ) não soubemos entender o que ele queria dizer e o mais provável é que ele tivesse pensado que seriamos nós, classe pobre ( já não existe classe média ) que iríamos pagar para que os nossos governantes aproveitassem da melhor maneira o enriquecimento ilícito, ao exemplo de outros que por lá andaram.

E enquanto isso numa terrinha chamada Portugal, os portugueses trabalham para pagar os impostos, os juros e as comissões da troika, os vários "criminosos" dos governos PS, PSD e CDS das últimas décadas, os empréstimos que o Estado foi forçado a contrair para não deixar cair o BPN, para que alguns pudessem comprar iates e mansões com financiamentos que o Estado não irá mais recuperar de titulares escondidos nos labirintos das off-shores espalhadas pelo mundo fora.


Sem dúvida que é mais fácil, retirar uma parcela da reforma de quem descontou toda uma vida de trabalho, cortar nos abonos de família, diminuir as comparticipações dos medicamentos para os reformados " Um Luxo ", financiar especuladores bolsistas às centenas de milhões de euros e complicar financiamentos de alguns milhões a empresas e industrias ( com carteiras de  encomendas) para adquirirem matéria-prima para a produção. ( forçando a fechar portas e o consequente desemprego de inúmeras famílias ) do que explicar ao Zé Povinho o porquê das constantes derrapagens financeiras deste País.
Como ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão, as próprias empresas se vão aproveitado e aprendendo com este desgoverno do nosso País.

O capitalismo  que tem imperado nas nossas sociedades, mostra-nos isso mesmo. Como forma de organização das nossas sociedades, aumenta a desigualdade brutal da distribuição da riqueza produzida, no aumento do desemprego e esta com sub-divisões; ao nível da precariedade no trabalho, na diminuição do poder reivindicativo, na aceitação sem condições de condições por troca de um mísero salário.

Antigamente as empresas se designavam por Companhias, tinham ao mesmo tempo, enormes massas de trabalhadores, que se organizavam e faziam jornadas de luta, pelo seu direito à dignidade enquanto pessoas humanas.
Desses tempos aos de hoje, uma espécie de patronato, aprendeu com as experiências. Hoje as Companhias estão simuladas e diluídas em Grupos Económicos, divididas em várias empresas, muitas até, em vários pontos do mundo, conforme a legislação fiscal e laboral, for mais favorável  dividindo as forças de trabalho em empresas de out-sourcing, em empresas irmãs, diminui-se o poder reivindicativo, aumentando em proporção o trabalho precário, no contexto do medo perder o trabalho.

Tal como comecei esta crónica, voltámos a viver num "Fascismo" regressámos ao trabalho à jorna, sem direitos e calados e sem direito a sermos PIEGAS
No Portugal de hoje, vendem-se ao desbarato empresas nacionais de sectores estratégicos à soberania que irá resultar na perca dos lucros já que esses ficarão na mão de accionistas estrangeiros, que nada têm a ver com o bem estar e com a qualidade de vida da população, mas sim e unicamente, com a enriquecimento dos investidores estrangeiros ( ou não ), maioria essa que não quer saber de Portugal nem de quem nela habita, no máximo talvez apenas um relativo interesse por umas férias no Algarve.


O nosso governo funciona meramente a pensar numa europa, em vez de governar para o bem estar e desenvolvimento da nação, as suas politicas levam ao seu empobrecimento e quem não concordar  tem bom remédio" que emigre ". quer fazer-nos crer que tudo fazem ao seu alcance para que sejamos mais fortes numa Europa e como País e começa a ser comum ver a vassalagem que os nossos ministros fazem a quem nos quer tirar aquilo que fez de nós Portugueses ( aposto que Dom Afonso Henriques deve dar voltas na campa ). 


Somos anedóticos e para jubilo de quem gosta de ostentar poder vemos um ministro das finanças de rabinho para o ar a agradecer ao seu congénere alemão, sobre o alargamento dos prazos de retorno financeiro “Muito agradecido, muito agradecido!“, enquanto fazia vénias. O que na realidade aconteceu foi mostrar-mos ao resto do Mundo a realidade em que vivemos e que aquilo que nos fez grandes,  hoje em dia é apenas matéria escolar.
Enquanto uns andam entretidos a prestar vassalagem outros existem que preferem mostrar o seu poder para com os " Filhos da Nação " e proverem palavras como “Se não têm pão, que comam brioches!“ ... ”Os funcionários públicos que entendam que a mobilidade proposta não é solução podem, no seu interesse, negociar a rescisão“... " Não sejam Piegas " enquanto o nosso Presidente da República se lamenta do dinheiro não lhe chegar e parecer um " fantoche " nas mãos destes senhores, com medo de sair á rua, por vezes até dar a sensação de não fazer ideia de quais as suas funções enquanto Presidente. Ocupando o tempo de antena a desculpar-se com anteriores governos talvez na esperança que o seu mandato acabe depressa e que ninguém dê por ele enquanto caminha nos intervalos da chuva.




A Assembleia da República  sempre foi e será um circo que nos premeia com situações caricatas para deleite de quem perde tempo a olhar certos comentários que por lá são ditos.
Pedro Passos Coelho mostrou-se muito indignado por Jerónimo de Sousa utilizar na sua intervenção expressões como «roubo», «agressão» e «mentira».

Cada vez mais, até mesmo nos mais fervorosos simpatizantes partidários onde o o nosso 1º Ministro milita se questionam                        "como podemos confiar num governo que nos mente ???".



*24 de Março: «A pior coisa é ter um governo fraco; um governo mais forte imporá menos sacrifícios aos contribuintes e aos cidadãos».

*30 de Março: «A ideia que se foi gerando de que o PSD vai aumentar o IVA não tem fundamento».

*1 de Abril: «Já ouvi dizer que o PSD quer acabar com o 13.º mês, mas nós nunca falámos disto e é um disparate».

*2 de Abril: «O PSD chumbou o PEC IV porque tem que dizer basta; a austeridade não pode incidir sempre no aumento de impostos e no corte de rendimentos».

*2 de Maio: «Se formos governo posso garantir que não será necessário despedir pessoas nem cortar mais salários para sanear o sistema português».



*5 de Maio: «Portugal não pode ter 700 mil desempregados».

*10 de Maio: «Para salvaguardar a coesão social prefiro onerar os escalões mais altos do IRS e desonerar a classe média e baixa».

*12 de Maio: «Escusam de vir agitar mentiras; o PSD quer que as pessoas sejam tratadas como merecem, seja na aérea pública seja na privada». 

*1 de Junho: «Ninguém nos verá a impor sacrifícios aos que mais precisam; os que mais têm terão de ajudar os que têm menos».


Uma última frase: «Como é possível manter um governo em que o 1º ministro mente?». Pergunta feita por Pedro Passos Coelho ao Sr Engº Sócrates quando ainda não era governante. 







Enquanto isso dizem eles que vivemos acima das nossas possibilidades 













Os mais de 35 mil milhões de euros a pagar de juros pelo empréstimo da troika correspondem à estimativa de toda a receita fiscal para 2012; daria para pagar todos os salários de trabalhadores da administração pública, seja central, local ou regional durante 4 anos.

* Os 12 mil milhões de euros disponibilizados à banca, para que não tenham os accionistas – eles que receberam os lucros – que pôr dos seus capitais, são mais do que todas as pensões pagas pela segurança social aos reformados portugueses.

* Os 8 mil milhões de euros que, entre pagamentos e garantias, já estão empenhados pelo Estado, directamente ou através da Caixa Geral de Depósitos, no BPN. Esses 8 mil milhões de euros chegariam para pagar durante 4 anos a comparticipação a 100% – isto é, a gratuitidade – de todos os medicamentos receitados em ambulatório em todos os hospitais e centros de saúde do Serviço Nacional de Saúde.

* Os 450 milhões de euros já pagos no processo do BPP são aproximadamente a mesma verba retirada desde 2010, anualmente no abono de família e no rendimento social de inserção, em conjunto.

* O mesmo governo que corta nas verbas para o Serviço Nacional de Saúde, entrega 320 milhões de euros em 2012 às parcerias público-privadas na saúde; é um valor quase 14 vezes superior a todo o investimento público do Ministério da Saúde em 2012, que é só de uns míseros 23 milhões de euros.


Isto é como lá em casa, se não posso fazer bifes como ovos,  porem  os paradigmas do nosso tempo têm consolidado um egocentrismo em detrimento da solidariedade e sendo assim eles comem os bifes e nós pagamos os ovos ... e os bifes até que haja um novo 25 de Abril.






P.S - Divulga o nosso Blog e o que é a APRA http://apra-amas.blogspot.pt/2011/04/quem-somos.html                                         
porque só JUNTOS seremos capazes de nos fazer ouvir.





















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